quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Athayde visita Museu das Culturas Dom Bosco


O diretor presidente da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), Athayde Nery, esteve juntamente como o diretor do departamento cultural da instituição, Roberto Figueiredo em visita ao Museu das Culturas Dom Bosco na manhã desta terça-feira (2). Maravilhados pela modernidade do local, os representantes da Fundac tiveram a oportunidade de realizar uma visita guiada pela coordenadora Aivone Carvalho Brandão e compartilharam experiências com um dos diretores do Conselho Internacional dos Museus (ICOM), o italiano Marco Tonon, que estava em visita a Campo Grande.

Tonon se disse boquiaberto com a linha de museologia “muito particular” que segue o Museu localizado na cidade de Campo Grande. “O modo de trabalho nesta instituição resolve vários dos problemas que vêm sido debatidos há anos em várias partes do mundo. Aqui não temos um museu para os índios e sim um museu feito com os índios”, elogia. “Ainda não conseguimos fazer isso em outros lugares do mundo. Aqui, o indígena sente o museu como parte de si, se percebe e sente a própria identidade. É o máximo que já vi em museologia em toda minha vida. Aqui está a solução que deve ser exportada”, completa.

Na ocasião, o italiano conversou com Athayde Nery sobre a possibilidade de realizar, em 2013 – ano em que o Congresso Internacional dos Museus será na cidade do Rio de Janeiro, uma visita guiada a Campo Grande, para a conhecer a realidade do museu. Athayde se prontificou a assinar um termo de compromisso buscando, inclusive, incluir outros museus da cidade na rota dos pesquisadores.

Athayde Nery, que se disse maravilhado com a modernidade do local, se dispos a levar os que visitam Campo Grande para conhecer o Museu, que retrata um pouco mais da cultura do Estado e também de todo o Centro Oeste. “Durante o Encontro Nacional de Secretários de Cultura das Capitais Brasileiras, que acontecerá nos dias 23 e 24 de fevereiro, pretendo trazer os participantes para conhecer esse local fantástico”, afirmou.

O Museu

O Museu das Culturas Dom Bosco já surpreende na entrada. Assim que chega no local, o visitante vê projetadas no chão, imagens do antigo museu e também de missionários. Computadores posicionados em todos os ambientes possuem dados sobre as peças expostas assim como diversas fotos.

A extensão do Museu foi dividida em áreas. Os índios ajudaram na montagem de todas as partes e também no repasse de informações que foram estrategicamente utilizadas, como o ritual de cura, mito da criação e posicionamento das aldeias.

Na parte que conta a história dos povos de Mato Grosso do Sul existem objetos que retratam as sete etnias do Estado: Terena, Kadiwéu, Guarani e Kaiowa, Kiniquinau, Guató, Ofaié e Atikum Umã. No local, é representada a vida desses povos por meio de utensílios e objetos de uso cotidiano. A exposição é montada de forma a constituir uma metáfora da dimensão do habitar desses povos.

Os povos Karajá, Bororo, Xavante e os do Rio Uaupés também são retratados nos diversos ambientes do museu. O mais interessante é a forma em que são posicionados, com muitos espelhos, frestas, projeções nas paredes e vidros que permitem uma interação ainda maior com a exposição, já que é possível andar sobre as peças e até simular o caminho percorrido por alguns povos em seus rituais de cura.